A criança interior, que todos temos aqui dentro, reflete uma
imagem da própria criança que fomos, com suas alegrias e tristezas. Conectar-se
com a criança interior que tanto se escuta, pode ser algo simples quando
associamos somente com a parte linda da nossa criança, mas todos temos uma
criança com duas facetas.
E a parte da criança ferida? É preciso contactar-se com ela?
Geralmente não fazemos questão de encontrar com ela, de dar
colo, e a deixamos bem escondidinha,
porque assim como na sociedade as crianças que se “comportam mal” são mal
vistas, essa parte nossa também fica escondida e não tem “permissão” pra sair.
Só que dentro da gente as partes escondidas não são esquecidas, não existe
espaço para a exclusão, então o que é excluído vem à tona de alguma forma, com
mais força para que possamos ver. Como? No caso da criança interior, ela
aparece com as nossas “manhas”, com o nosso exagero excessivo e dramático de
situações simples e cotidianas. Também pode aparecer refletida em outras
pessoas que mostram nossa criança ferida através de características que nos incomodam
profundamente.
A criança escondida, que todos temos, geralmente guarda as
nossas dores e traumas. Pra manter essa criança escondida, ou seja sem colocar
atenção e consciência é necessário um gasto de energia impressionante. Por isso vale a
pena revisar constantemente como nos sentimos e dar nome à emoção (Post: o que eu necessito?). Geralmente esse sentimento que não sabemos definir em palavras ou a
angustia por situações simples, sem lógica, nos dão uma pista de que existe uma
criança ferida brincando de esconde-esconde dentro de nós. Então ao olhar pra essa criança
além de conhecer um pouco mais da gente mesmo estaremos mais e mais no momento
presente. É! Pra conhecer nossa criança, não é necessário buscar na memória
situações especiais. Olhar para a nossa criança é olhá-la para as suas reações no momento presente.
Onde hoje eu reconheço minha criança interior? Em que
situações?
Em que situações exagero com as minhas reações?
Em que situações faço manha pra ganhar atenção?
Em que situações e com que freqüência culpo os outros ou me
coloco como vítima?
Qual a reação física que se repete (resfriado, alergia, dor
de cabeça, dor de estomago)? Essas reações são para pedir atenção?
Essa é a nossa criança, a criança ferida esperneando para
que possamos vê-la. É hora de reconhecê-la, dar um colinho e cuidar dela. Não
importa o que passou no passado com a nossa história infantil real, porque
enquanto estivermos culpando a outros adultos pelas nossas feridas, seguiremos
sendo crianças. E só um adulto que assume a responsabilidade pela própria vida
pode olhar a sua criança interior completa e cuidá-la.
Dar lugar a essa criança interior de forma plena, aceita-la
tal como é, e cuidá-la como um bem precioso paradoxalmente é ser mais adulto e mais
livre. Livre para viver e experimentar o potencial máximo do Ser.
Camila
Camila
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